Pluto

terça-feira, 4 de março de 2008

O incrível castrismo.

Faz um mês e 2 dias que não posto nada, sinceramente não tenho tido incentivo nem tempo.
Virei uma pessoa ocupada (!) e dedicada (pelo menos eu acho).

Num período em que falar de política externa virou moda - a independência de Kosovo, as eleições presidenciais estadunidenses, resolvi transcrever para esse humilde blog uma coluna de Reinaldo Azevedo para a Revista Veja de 27 de fevereiro (espero que não me processem, as intenções são as melhores).

No entanto, eu e ele falamos de Fidel Castro, no caso.

Vou escrever a parte final da coluna, que achei a mais esclarecedora e exaltada.

"E há Chico Buarque, o terror das propriedades e dos casamentos privados no Leblon. Sim, a nossa Palas Athenas da MPB tem até um retrato no Museu da Revolução de Cuba, tal é a admiração que lhe devota o "comandante". O povo prefere Nelson Ned e a novela Escrava Isaura. Entendo: deve identificar o dono da ilha com Leôncio, o bandidão senhor de escravos. "Chico", essa entidade acima da moral, e quiçá, dos bons costumes, faz lirismo involuntário com o sangue das vítimas involuntárias de Fidel. Um talentoso idiota moral.
Boa parte da imprensa não fugiu a esse clima de leniência (ou "leninência": não resisti ao trocadilho, perdoe-me) com o "comandante". Sua renúncia assanhou as células do ódio à democracia e à economia de mercado. Sob o pretexto da isenção, atribuíram ao facínora uma herança "ambígua": Num rasgo de covardia intelectual, decretou-se: "Só a história poderá julgá-lo".
Fidel mandou matar em julgamentos sumários 9479 pessoas. Estima-se que os mortos do regime cheguem a 17000. Dois milhões de pessoas fugiram do país - 15% dos 13 milhões de cubanos. Isso corresponderia a 27 milhões de brasileiros no exílio Ele matou 130,76 indivíduos por 100000 habitantes; Pinochet, o facínora, "apenas" 24; a ditadura brasileira, "só" 0,3. O comandante é 435,86 vezes mais assassino do que os generais brasileiros, que encheram de metáforas humanistas a conta bancária de Chico Buarque. A história dirá quem foi Fidel? Já disse! Permaneceu 49 anos no poder; no período, passaram pela Casa Branca, lá no "Império" detestado por Niemayer, dez presidentes!
Cadê a ambigüidade? A mitologia da resistência é uma trapaça ideológica a emprestar homicidas compulsivos a dignidade de utopistas. Hoje, os nossos "cubanófilos" estão empenhados é em assaltar os cofres. O problema não está nas duas caras que eles têm, mas na moral que eles não têm. E é bom lembrar: os ladrões vulgares naõ desistiram de solapar a democracia".

2 Comentários:

  • Não quero defender ditadores, mas colocar todas as cartas na mesa, para não ficar parecendo que só existe um vilão e um mocinho no mundo. Sejamos práticos: quantas pessoas a DEMOCRACIA ESTADUNIDENSE matou enquanto Fidel esteve no poder em Cuba?

    Por Blogger Faber, Às 7 de março de 2008 às 10:57  

  • Breno, se é moda ou não criticar os EUA, não vou discutir. A minha crítica na verdade é ao contraponto que se faz às realidades citadas por você (Cuba, Russia, China, etc). Porque o contraponto tem que ser os EUA? É um bom modelo pra ser usado como contraponto? E quanto as mortes, esqueça o Iraque e pense nas centenas de outras intervenções militares estadunidenses em todas as partes do mundo ao longo dos últimos 100 anos.
    Podemos continuar o papo pessoalmente, ne?

    Por Blogger Faber, Às 9 de março de 2008 às 18:48  

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