Pluto

terça-feira, 25 de março de 2008

O Cinema de nosso dia-a-dia.

Saindo um pouco da linha de posts intimistas e pessoais, queria falar sobre algo que volta e meia, penso a respeito:
O Cinema, a Música e a Literatura, são Artes que desfrutavam de uma qualidade infinitamente maior no passado, ou também gozam de qualidade hoje em dia?

Não quero parecer saudosista nem nada (até porque, nem posso ter saudades de uma época que nem peguei. Quando falo de 'passado', me refiro à Antigüidade atééé a década de 70. Afinal, os grandes clássicos foram de épocas bem remotas), mas me parece que antes, as pessoas tinham do que reclamar.

Uma vez discuti isso com minha mãe, sobre como os ideais eram outros, décadas atrás. Ok, parece redundante, mas nem tanto. Havia a repressão sexual, a luta contra ditaduras, a Guerra Fria, tanta coisa! Hoje vamos falar mal do quê? Aquecimento global? Isso não nos rende um filme excepcional, um livro inesquecível, uma música metafórica. Aliás, se alguém fizesse uma música com letra referente à gradativa defasagem do mundo, acho que eu ia rir, não faz sentido.

Nossos Fellinis, Pasolinis, Antonionis, Pakulas, Moniccellis, Renoirs, Truffauts, não teriam sua marca se houvessem nascido 15 anos mais tarde. Ou nossos Zeppelins, Beatles, Stones, não iam levar ao delírio a massa de pessoas que levaram, se fossem bandas da nossa década 00.
Nossos Hugos, Zolas, Joyces, Sartres, Nietzsches, Bilacs, possivelmente seriam mais alguns meros mortais, e não deuses em nossos imaginários.

Acho que é simples demais dizer que é cedo para rotularmos o período que vivemos de alguma coisa; infelizmente, temos que reconhecer que a década de 00 não será lembrada por uma música marcante, um livro marcante, um filme marcante. Ela está no final e não penso em nada fabuloso.

Saudosismo à parte, acredito que a Literatura de antes era melhor. A Música, se pensarmos no nosso marco como o funk, com certeza, era melhor antes. O Cinema é o único que ainda pode se salvar, há filmes antigos e recentes bons da mesma maneira.

Os tempos mudam, e com eles, as qualidades de "pequenas" coisas.

1 Comentários:

  • Como não há livros marcantes? E O Código da Vinci? Hein?

    Ahahahahhaa Só pra descontrair.

    Breno, engraçado que eu tive um conversa sobre este tema com uns amigos neste feriado. Estávamos ouvindo um cd do Caetano e concluímos que nem mesmo ele é capaz de letras tão inteligentes quanto antes. Concluímos também que o problema não está nele, mas no tempo em que vivemos. Não há grandes medos, grandes lutas, grandes buscas, ou pelo menos não as há de forma efetivamente grande a ponto de justificar a arte como libertação, como rendeção. E quem perde somos nós.

    Aí vem a pergunta: seria legal voltar a ter os tais grandes medos para termos de volta os tempos áureos das grandes artes?

    Por Blogger Faber, Às 26 de março de 2008 às 04:09  

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