Pluto

terça-feira, 1 de abril de 2008

"Eu gosto do Império".

Bom, lá vou eu fazer uma postagem política.

O que se segue é uma coluna escrita pelo Diogo Mainardi (amado e odiado) publicada na penúltima edição da Veja, sobre a Guerra do Iraque, o Brasil e os EUA.

Antes que me enforquem, já vou avisando que não estou inteiramente de acordo com o que ele escreveu; concordo até um certo ponto, depois discordo. Na verdade, achei interessante a visão dele, muito polêmica, no entanto. Como não resisto a uma polêmica, faço questão de transcrever essa opinião muito particular do jornalista em questão que, ao menos, não teve medo de expor seus pensamentos.

Eu gosto do Império

-Cem anos no Iraque!
Esse era o mote de campanha eleitoral de John McCain. Ele foi ainda mais longe. Declarou que estaria disposto a manter as tropas americanas no Itaque por mil anos, por dez mil anos. Quando o eleitorado chiou, ele deu para trás, garantindo que a guerra terminaria muito antes disso. E terminaria porque ele saberia como ganhá-la.
Eu elegeria um candidato que prometesse:
-Cem anos na Rocinha!
Melhor ainda:
-Mil anos na Maré! Dez mil no Cantagalo!
A guerra no Iraque acaba de completar cinco anos. Em seu discurso no Pentágono, George W. Bush reconheceu a impopularidade so conflito, repetiu que os Estados Unidos acertaram ao derruvar Saddam Hussein e acrescentou que se trata de uma guerra que pode e tem de ser vencida. Os americanos erraram tudo nesses cinco anos. Erraram militarmente, erraram politicamente, erraram estrategicamente. O custo da guerra foi alto demais. George W. Bush tem de ser responsabilizado por isso. Mas eu topo dizer que os Estados Unidos acertaram ao derrubar o tirano genocida Saddam Hussein. E topo dizer também que a guerra no Iraque pode
e tem de ser vencida.
O fracasso no Itaque está gerando uma onda isolacionista nos Estados Unidos. Uma onda igual a outra do passado: que tentou impedir o país de entrar na II Guerra Mundial. Em vez de Charles Lindbergh, o herói do momento é Barack Obama. Isso é o pior que poderia acontecer. Eu gosto do Império. Eu gosto da idéia de Império. Creio que ele tem um papel regulador sem o qual o mundo acabaria se esfarelando. Eu sou o tupinambá colonizado que aceita voluntariamente parar de comer carne humana. Eu sou o caraíba rendido que oferece passivamente suas filhas púberes ao conquistador. Mas tem de ahver uma contrapartida: o Império deve assumir suas responsabilidades de Império. No caso do Iraque, assumir responsabilidaeds significa combater até o fim a Al Qaeda, reprimir ps bandos religiosos armados e fazer jorrar dez vezes mais petróleo. Nem que leve cem anos. Nem que leve mil anos. Nem que leve dez mil anos.
O debate político se infantilizou tremendamente nos últimos tempos. Fi mais um dos efeitos deletérios da guerra do Iraque. A retirada das tropas americanas produziria um massacre generalizado no país. Que essa hipótese atraia tanto consenso nos Estados Unidos é sinal de um abastardamento das idéias. O mundo é brutal. O mundo é perigoso. Alguém tem de policiá-lo. Alguém tem de bombardear os terroristas. Alguém tem de impor regras que sejam acatadas por todos. Alguém tem de deter os planos nucleares iranianos. Alguém tem de armar Israel. Só os Estados Unidos podem fazer isso. O trato é muito simples: nó entramos com as filhas púberes; eles entram com os tanques.
-Cem anos no Iraque!


*Obs: reparem na sutileza das 'filhas púberes', como ele fala da prostituição brasileira. Bem, vocês são inteligentes e sacaram.*

1 Comentários:

  • Eu comprei esta edição de Veja por causa da reportagem da capa e pude ler a coluna do Mainardi. Sabe como é, né, é bom estar por perto do seu inimigo pra saber o que ele anda aprontando...ehehehhee
    Ok, ele nem é meu inimigo, mas é um pentelho. Acho que nem ele se leva a sério. Mas sobre a coluna desta semana não tenho muito do que discordar. A posição dele é interessante, os argumentos é que são questionáveis.

    Naquela edição de Caros Amigos que te emprestei havia uma nota sobre a participação da Beth Lago no lugar do Mainardi no Manhattan Connection. E aí a nota elogiava a Beth. E de quebra dizia que "o Mainardi mostrou que só tem presença de espírito quando sai". Ahahaha Per-fei-to!

    Por Blogger Faber, Às 1 de abril de 2008 às 18:18  

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