Pluto

terça-feira, 22 de abril de 2008

Minhas preferências*

Minhas saudações para aqueles que estão lendo o post!

Hoje é terça, o feriado está chegando ao fim, e afinal, foi até proveitoso. Ainda que eu tenha ficado todos esses dias dentro de casa (bem, mas é diferente ficar dentro de casa num campo do que num apartamento..), curti bastante.

Pensei numa postagem alternativa, para dar um clima mais fresco ao blog.

Para ser sincero, já pensava nisso que vou fazer há um tempinho, mas como requer um pouco de tempo, aproveitei esses dias de descanso para fazê-lo bem-feito.

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É muita arrogância enumerar os 1000, 100, ou 10 melhores álbuns de todos os tempos. Tanta coisa boa que a gente perde! Muita música de qualidade de outros países que nunca chegarão aos nossos ouvidos. Triste. (Taí uma coisa na qual a globalização é falha!)


Acho que esses livros e revistas deveriam dizer assim: "Os melhores que a gente conhece, pelo menos". É mais humilde.


Então, seguindo a lógica 'melhores-que-eu-conheço', vou fazer uma pequena lista sobre 10 de meus álbuns favoritos.

Fica aí só como ilustração, é uma coisa pessoal e não estou pensando em fazer propagandas XD
Mas óbvio, recomendo para aqueles que quiserem conhecer coisas novas.





1.
Tracy Chapman - Tracy Chapman




A cantora em questão teve seus tempos áureos em fins da década de 80, quando os estilos psicodélicos (e aborrecidíssmos) já estavam caindo de moda, e o frescor da nova década contaminava os estilos.
Nesse álbum, Tracy conseguiu fazer algo que parece simples, mas no entanto é uma tarefa árdua para os artistas: falar da realidade sem cair no depressivo, no chato ou no brega. Quase todos os artistas da minha geração que tentam falar sobre a vida difícil optam pela vertente hip-hopera, que invariavelmente tem em seus refrões palavras chulas, sexualidade explícita, amor à armas, e tudo mais. Nada de profundidade musical. No entanto, é o que faz sucesso hoje: 50 cent, Snoop Doog, Jay-Z, ...
Com letras críticas fantásticas, misturadas com passagens românticas e melancólicas, a artista conseguiu debutar no mundo artístico como poucos conseguiram; provando uma maturidade rara e um talento único, com voz marcante e sem muitos instrumentos a acompanhá-la.



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2.

First Impressions of Earth - The Strokes



Strokes é uma banda arrogante. Fazem poucos shows, dão poucas entrevistas, esnobam os fãs e fazem poucos álbuns. Mas quando fazem, fazem. First Impressions é o mais recente deles, lançado há alguns anos, e o mais pesado de todos: como já mencionei antes, em postagens anteriores, a banda adota uma postura um tanto estressada, tentando se passar por adolescentes rebeldes. Longe de fazer uma comparação negativa, o fato é que esse álbum é o mais desenvolvido deles, mas o mais pesado. É uma obra um tanto dificil, com letras extremamente negativas e deprimentes. Com um som ainda mais poluído do que antes, Strokes mostra que, apesar de poderem se permitir o luxo de fazerem álbuns de quando em quando, sabem trabalhar e compor excelentemente bem. Vale à pena parar de enxergá-los como uma bandinha que só faz som pesado e vê-los como adultos com letras realistas e cruas.






Grace - Jeff Buckley








Jeff Buckley foi, na minha opinião, o melhor cantor que o mundo já teve. E talvez, junto de Janis Joplin e Jimmi Hendrix, a perda precoce mais lamentável também. Esse álbum também é considerado por muitos, como um dos melhores já feitos, não somente pela minha humilde preferência. Jeff vai do acústico ao pesado, do rock grosseiro ao operístico numa simples mudança de faixa. Mais conhecido pela versão de 'Hallelujah' (que o mundo inteiro conhece), Buckley tinha a voz mais sofrida e marcante, e dificilmente será superado por alguém.












4.

Antony & the Johnsons - Antony & the Johnsons










Antony é um cantor excepcional. Sua voz é única (a possível comparação que pode ser feita, ainda, seria com a antiga e também boa Nina Simone) e suas músicas destoam completamente das tendências mundiais. Na verdade, Antony tem uma caracterização quase teatral - sua voz tem todo um quê de exuberância, e lembra até mesmo um pouco de commedia dell'arte. Ao adotar um personagem andrógeno, não pensamos logo num novo David Bowie, ou coisas assim. A androgenia dele é muito mais verdadeira e intimista (com todo o respeito, Bowie!)
Suas canções tem um estilo meio indecifrável, e sempre que temos um estilo estranho, dizemos que o gênero é Alternativo. No entanto, os "Johnsons" nada mais são do que inúmeros instrumentistas com formação clássica, então é isso que temos nos arranjos musicais; acompanhamentos de violino, cello, piano, percursão. Resumindo, se alguém tem curiosidade, diria que o gênero dele é jazz. Antony também debutou na Música com esse álbum, e particularmente, é melhor que seu segundo (que conta com convidados especiais bem estranhos, inclusive o figura Boy George), mas a crítica profissional prefere este, o "I am a Bird Now".












5.

Unplugged - Alanis Morissette



Alanis vendeu mais de 30 milhões de discos ao redor do globo, conseguindo assim o título de 2ª artista mais vendida no mundo. Com Jagged Little Pill, foi mais longe: conseguiu ser a primeira em vendagens ao lançar o primeiro cd da carreira.


Esse cd é uma apresentação acústica para a MTV, em que a cantora seleciona um de seus maiores sucessos até então (1998) e acrescenta inéditas (na época) e um cover belíssimo de 'king of Pain', do Police.
Não é meu favorito dela, mas é um disco gostoso de ouvir.








6.



Funeral - The Arcade Fire







Há um tempo, eu falava que hoje em dia já não existe mais rock. Mais uma vez sem querer parecer saudosista, eu realmente acreditava que o que definíamos antigamente como rock n' roll, hoje em dia já não encontra representantes tão fiéis quanto aqueles de uma longínqua década de 70 (como Led Zeppelin, Stones, Floyd..)

Porque sinceramente, Beatles não é rock. Não é rock se você define Zeppelin como também sendo - Beatles seria pop perto deles XD


Voltando ao assunto, o fato é que agora penso duas vezes antes de falar sobre rock pensando nele como algo morto. o Arcade provou que hoje em dia, realmente não tem nem como esperarmos dos músicos um mesmo desempenho que aqueles como Robert Plant, Roger Daltrey, David Gilmour conseguiram; mas temos boa música, sim.





Arcade Fire tem um toque de anos 50, 60, como observado na segunda faixa desse álbum. Mas ao mesmo tempo, eles dão ao disco um toque completamente novo e inédito, respeitando o gênero e prestando um grande tributo.





7.





Physical Graffiti - Led Zeppelin




A década de 70 foi o melhor período em questão de filmes, músicas, e tudo mais que o mundo poderia fornecer.



Exatamente no meio dessa década, o Led já gozava de um prestígio sem limites e uma grande estabilidade, o que permitiu a eles experimentar com novos sons. Daí surgiu o Physical, um álbum duplo e nem tão aprecido assim, mas com seu valor sem precedentes. Sugiro como uma bela introdução, a quem não conhece, à obra dessa que foi, na minha opinião, a melhor banda de rock de todos os tempos. Antigo, pelo menos.









8.




Volta - Björk



Björk também é uma das minhas cantoras favoritas (junto com a Alanis) e escolher um único álbum para colocar aqui foi complicado. Então, para não ficar muito no passado e escolher algo recente, resolvi colocar o Volta. Lançado no ano passado, esse disco é ótimo. Todas as músicas são maravilhosas, com as letras simples e intimistas de sempre. Bom, no que a Björk investiu dessa vez? Depois de fazer jazz, bossa nova, pop, balada, dance, rock, alternativo (haha), capella, ela resolveu apelar para sons tribais, resultando num disco mais orgânico e consequentemente, mais digerível e fácil de escutar. Antony participa como convidado especial em duas músicas.













9.



Marie Antoinette - Original Soundtrack



O filme em questão é um dos meu favoritos, considero ele uma obra-prima com cenários, cores e texturas maravilhosas. A trilha sonora não deixa a desejar; para fazer continuidade de sua metáfora, Sofia Coppola fez questão de colocar em seu filme curiosos anacronismos, como o uso de música dos anos 70 e 80 no filme sobre a rainha. Lançando mão de Vivaldi, Scarlatti e outros clássicos em harmonia com baladas atuais, a trilha sonora conseguiu ser fantástica e extremamente agradável de ser ouvida. Incluí Strokes e New Order. Recomendo.















10.

24 Caprices - Paganini





Bom, para finalizar, resolvi colocar na lista uma obra clássica que é essencial conhecer: os 24 caprichos de Paganini. Este foi um violinista genial, que criou obras difíceis para ele mesmo tocar.

As obras solo de violino em questão são arrepiantes, e recomendo para todos, independente de gostar ou não de música clássica.



Bom, então fica aqui meu registro pessoal sobre grandes álbuns que aprecio bastante. Espero que tenham tido paciência de ler, e fica aqui uma observação: não pus nenhum álbum nacional e não porque não goste de música brasileira, mas porque infelizmente, não conheço muito dela.

Obrigado pela atenção e bom fim de feriado!

1 Comentários:

  • Não me arriscaria a fazer o mesmo. Desde que a Cora começou a criar listas de melhores e piores passou a receber críticas tão severas que tenho certeza têm lhe custado horas no terapeuta! ahahahaa

    Eu, ao contrário, conheço pouco da música estrangeira. Da sua lista conheço alguns cantores, algumas bandas, algumas de suas músicas, mas apenas UM álbum: o unplugged da Alanis. Não sei se ele entraria numa hipotética lista de melhores álbuns de minha autoria, mas é realmente um grande álbum.

    Engraçado... achei que encontraria alguma coisa dos Beetles aí...

    Por Blogger Faber, Às 24 de abril de 2008 às 07:35  

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