Pluto

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Dúvidas.

There's definetly definetly definetly no logic in human behavior, como já dizia Björk. Grande filósofa.
Me choca o quão cínica, dissimulada, falsa e pequena as pessoas conseguem ser. No entanto, ao invés de tentar culpar a sociedade como um todo, prefiro ter uma visão mais crítica sobre as coisas.

Entender uma pessoa é complicado. Compreender suas perspectivas de vida é mais difícil do que respeitá-las; imaginar um tipo de reação é mais fácil do que imaginar de verdade.Entendem?
Então, teoricamente, era para ser mais difícil ainda entender toda essa organização moral, psicológica, emocional, ética em que a sociedade se baseia. Mas não, é bem mais fácil explicá-la em meias palavras.

De uns tempos para cá, tenho reparado a atitude de determinadas pessoas em relação a outras. Incluíndo eu mesmo.
Não quero parecer arrogante, mas apenas ressaltar um caso comuníssimo, um exemplo clássico.
Uma pessoa fala mal da outra. Logo, se X fala mal de Y, era para X não falar com Y. Mas X fala com Y, falsamente, hipócritamente, dissimuladamente.
Por quê?

Z arrruma mó barraco com W. Mas os dois voltam a se falar logo depois.

Ok, citando casos: ontem na reunião de condomínio, a vizinha de cima, amiga daqui de casa, começou a se exaltar. Começou a falar que a segurança do prédio era uma merda, que quando ela morou nos EUA nunca sofreu um assalto, e que quando volta pro Brasil, o prédio é arrombado e vários apartamentos sofrem tentativa de arrombamento.
Culpa de quem? "Dos moradores que não trancam a porta!" "O prédio que não tem porteiro!" "Faltam câmeras de segurança!".
Então ela começa a responder grosseiramente um outro morador.

Cinco minutos depois, os dois estavam super empolgados conversando sobre possíveis amigos em comum de Los Angeles.

Hipocrisia? Longe disso! Quem sou eu. Não cabe a mim julgar o mundo, mas é curioso. Não me tiro dos exemplos, não vou ser falso e dizer que sou quem sou de verdade com todos.
A sociedade nos corrompe? Nascemos puros, então a culpa é dela? Talvez.
Talvez a metafísica - hoje tão esquecida e meio fora de moda, mas fantástica - explique isso.

domingo, 27 de abril de 2008

Shortcuts

Aquecedores a gás acesos a todo vapor. Homens fazendo xixi algunas andares abaixo. Nos mesmos andares abaixo, uma criança malcriada recebe advertências da babá. Declarações eróticas marido/mulher. Despertadores perfeitamente audíveis exatamente às 6:15 da manhã. Discussões chocantes entre namorados. Acusações.
Até reunião de condomínio.



São as experiências que tenho ao entrar no meu banheiro e ouvir tudo o que ocorre a quatro paredes através da janela de ventilação.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Poema para todos

Ei ei!
Boa notícia; agora estou com internet no quarto! Bom, antes eu usava o pc da minha irmã, por isso as postagens acabavam ficando meio dispersas e separadas.

Para começar bem o final de semana (amanhã é sexta, sempre tem um sentido místico nesse dia), queria colocar aqui um poema, coisa que nunca fiz aqui no blog.

Eu estava em Petrópolis no feriado, e resolvi futucar nos livros que minha mãe deixou pra trás quando veio embora. Um é de poemas brasileiros que foram traduzidos por inglês, muito legal. O outro é uma antologia do Carlos Drummond de Andrade, e apesar de nunca ter conhecido muita coisa dele, sempre gostei do que ele escreveu.

Na primeira página que abri, li o seguinte poema, que achei fantástico e quis postar para vocês.

Espero que gostem.



Nudez - Carlos Drummond de Andrade

Não cantarei amores que não tenho,
e, quando tive, nunca celebrei.
Não cantarei o riso que não rira
e que, se risse, ofertaria aos pobres.
Minha matéria é o nada.
Jamais ousei cantar algo de vida:
se o canto sai da boca ensimesmada,
é porque a brisa o trouxe, e o leva a brisa,
nem sabe a planta e o vento que a visita.

Ou sabe? Algo de nós acaso se transmite,
mas tão disperso, e vago, tão estranho,
que, se regressa a mim que o apascentava,
o ouro suposto é nele cobre e estanho,
estanho e cobre,
e o que não é maleável deixa de ser nobre,
nem era amor aquilo que se amava.

Nem era dor aquilo que se doía:
ou dói, agora, quando já se foi?
Que dor se sabe dor, e não se extingue?
(Não cantarei o mar: que ele se vingue
de meu silêncio, nesta concha.)
Que sentimento vive, e já prospera
cavando em nós a terra necessária
para se sepultar à moda austera
de quem vive a sua morte?
Não cantarei o morto; é o próprio canto.

Eu já não sei do espanto,
da úmida assombração que vem do norte
e vai do sul, e quatro, aos quatro ventos,
ajusta em mim seu terno de lamentos.
Não canto, pois não sei, e toda sílaba
acaso reunida
a sua irmã, em serpes irritadas vejo as duas.

Amador de serpentes, minha vida
passarei, sobre a relva debruçado,
a ver a linha curva que se estende.
ou se contrai e atrai, além da pobre
área de luz de nossa geometria.
Estanho, estanho e cobre,
tais meus pecados, quanto mais fugi
do que enfim capturei, não mais visando
aos alvos imortais.

Ó descobrimento retardado
pela força de ver.
Ó encontro de mim, no meu silêncio,
configurado, repleto, numa casta
expressão de temor que se despede.

O golfo mais dourado me circunda
com apenas cerrar-se uma janela.
E já não brinco a luz. E dou notícia
estrita do que dorme,
sob placa de estanho, sonho informe.
um lembrar de raízes, ainda menos
um calar de serenos
desidratados, sublimes ossuários
sem ossos;
a morte sem os mortos; a perfeita
anulação do tempo em tempos vários,
essa nudez, enfim, além dos corpos,
a modelar campinas no vazio
da alma, que é apenas alma, e se dissolve.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Minhas preferências*

Minhas saudações para aqueles que estão lendo o post!

Hoje é terça, o feriado está chegando ao fim, e afinal, foi até proveitoso. Ainda que eu tenha ficado todos esses dias dentro de casa (bem, mas é diferente ficar dentro de casa num campo do que num apartamento..), curti bastante.

Pensei numa postagem alternativa, para dar um clima mais fresco ao blog.

Para ser sincero, já pensava nisso que vou fazer há um tempinho, mas como requer um pouco de tempo, aproveitei esses dias de descanso para fazê-lo bem-feito.

**

É muita arrogância enumerar os 1000, 100, ou 10 melhores álbuns de todos os tempos. Tanta coisa boa que a gente perde! Muita música de qualidade de outros países que nunca chegarão aos nossos ouvidos. Triste. (Taí uma coisa na qual a globalização é falha!)


Acho que esses livros e revistas deveriam dizer assim: "Os melhores que a gente conhece, pelo menos". É mais humilde.


Então, seguindo a lógica 'melhores-que-eu-conheço', vou fazer uma pequena lista sobre 10 de meus álbuns favoritos.

Fica aí só como ilustração, é uma coisa pessoal e não estou pensando em fazer propagandas XD
Mas óbvio, recomendo para aqueles que quiserem conhecer coisas novas.





1.
Tracy Chapman - Tracy Chapman




A cantora em questão teve seus tempos áureos em fins da década de 80, quando os estilos psicodélicos (e aborrecidíssmos) já estavam caindo de moda, e o frescor da nova década contaminava os estilos.
Nesse álbum, Tracy conseguiu fazer algo que parece simples, mas no entanto é uma tarefa árdua para os artistas: falar da realidade sem cair no depressivo, no chato ou no brega. Quase todos os artistas da minha geração que tentam falar sobre a vida difícil optam pela vertente hip-hopera, que invariavelmente tem em seus refrões palavras chulas, sexualidade explícita, amor à armas, e tudo mais. Nada de profundidade musical. No entanto, é o que faz sucesso hoje: 50 cent, Snoop Doog, Jay-Z, ...
Com letras críticas fantásticas, misturadas com passagens românticas e melancólicas, a artista conseguiu debutar no mundo artístico como poucos conseguiram; provando uma maturidade rara e um talento único, com voz marcante e sem muitos instrumentos a acompanhá-la.



**

2.

First Impressions of Earth - The Strokes



Strokes é uma banda arrogante. Fazem poucos shows, dão poucas entrevistas, esnobam os fãs e fazem poucos álbuns. Mas quando fazem, fazem. First Impressions é o mais recente deles, lançado há alguns anos, e o mais pesado de todos: como já mencionei antes, em postagens anteriores, a banda adota uma postura um tanto estressada, tentando se passar por adolescentes rebeldes. Longe de fazer uma comparação negativa, o fato é que esse álbum é o mais desenvolvido deles, mas o mais pesado. É uma obra um tanto dificil, com letras extremamente negativas e deprimentes. Com um som ainda mais poluído do que antes, Strokes mostra que, apesar de poderem se permitir o luxo de fazerem álbuns de quando em quando, sabem trabalhar e compor excelentemente bem. Vale à pena parar de enxergá-los como uma bandinha que só faz som pesado e vê-los como adultos com letras realistas e cruas.






Grace - Jeff Buckley








Jeff Buckley foi, na minha opinião, o melhor cantor que o mundo já teve. E talvez, junto de Janis Joplin e Jimmi Hendrix, a perda precoce mais lamentável também. Esse álbum também é considerado por muitos, como um dos melhores já feitos, não somente pela minha humilde preferência. Jeff vai do acústico ao pesado, do rock grosseiro ao operístico numa simples mudança de faixa. Mais conhecido pela versão de 'Hallelujah' (que o mundo inteiro conhece), Buckley tinha a voz mais sofrida e marcante, e dificilmente será superado por alguém.












4.

Antony & the Johnsons - Antony & the Johnsons










Antony é um cantor excepcional. Sua voz é única (a possível comparação que pode ser feita, ainda, seria com a antiga e também boa Nina Simone) e suas músicas destoam completamente das tendências mundiais. Na verdade, Antony tem uma caracterização quase teatral - sua voz tem todo um quê de exuberância, e lembra até mesmo um pouco de commedia dell'arte. Ao adotar um personagem andrógeno, não pensamos logo num novo David Bowie, ou coisas assim. A androgenia dele é muito mais verdadeira e intimista (com todo o respeito, Bowie!)
Suas canções tem um estilo meio indecifrável, e sempre que temos um estilo estranho, dizemos que o gênero é Alternativo. No entanto, os "Johnsons" nada mais são do que inúmeros instrumentistas com formação clássica, então é isso que temos nos arranjos musicais; acompanhamentos de violino, cello, piano, percursão. Resumindo, se alguém tem curiosidade, diria que o gênero dele é jazz. Antony também debutou na Música com esse álbum, e particularmente, é melhor que seu segundo (que conta com convidados especiais bem estranhos, inclusive o figura Boy George), mas a crítica profissional prefere este, o "I am a Bird Now".












5.

Unplugged - Alanis Morissette



Alanis vendeu mais de 30 milhões de discos ao redor do globo, conseguindo assim o título de 2ª artista mais vendida no mundo. Com Jagged Little Pill, foi mais longe: conseguiu ser a primeira em vendagens ao lançar o primeiro cd da carreira.


Esse cd é uma apresentação acústica para a MTV, em que a cantora seleciona um de seus maiores sucessos até então (1998) e acrescenta inéditas (na época) e um cover belíssimo de 'king of Pain', do Police.
Não é meu favorito dela, mas é um disco gostoso de ouvir.








6.



Funeral - The Arcade Fire







Há um tempo, eu falava que hoje em dia já não existe mais rock. Mais uma vez sem querer parecer saudosista, eu realmente acreditava que o que definíamos antigamente como rock n' roll, hoje em dia já não encontra representantes tão fiéis quanto aqueles de uma longínqua década de 70 (como Led Zeppelin, Stones, Floyd..)

Porque sinceramente, Beatles não é rock. Não é rock se você define Zeppelin como também sendo - Beatles seria pop perto deles XD


Voltando ao assunto, o fato é que agora penso duas vezes antes de falar sobre rock pensando nele como algo morto. o Arcade provou que hoje em dia, realmente não tem nem como esperarmos dos músicos um mesmo desempenho que aqueles como Robert Plant, Roger Daltrey, David Gilmour conseguiram; mas temos boa música, sim.





Arcade Fire tem um toque de anos 50, 60, como observado na segunda faixa desse álbum. Mas ao mesmo tempo, eles dão ao disco um toque completamente novo e inédito, respeitando o gênero e prestando um grande tributo.





7.





Physical Graffiti - Led Zeppelin




A década de 70 foi o melhor período em questão de filmes, músicas, e tudo mais que o mundo poderia fornecer.



Exatamente no meio dessa década, o Led já gozava de um prestígio sem limites e uma grande estabilidade, o que permitiu a eles experimentar com novos sons. Daí surgiu o Physical, um álbum duplo e nem tão aprecido assim, mas com seu valor sem precedentes. Sugiro como uma bela introdução, a quem não conhece, à obra dessa que foi, na minha opinião, a melhor banda de rock de todos os tempos. Antigo, pelo menos.









8.




Volta - Björk



Björk também é uma das minhas cantoras favoritas (junto com a Alanis) e escolher um único álbum para colocar aqui foi complicado. Então, para não ficar muito no passado e escolher algo recente, resolvi colocar o Volta. Lançado no ano passado, esse disco é ótimo. Todas as músicas são maravilhosas, com as letras simples e intimistas de sempre. Bom, no que a Björk investiu dessa vez? Depois de fazer jazz, bossa nova, pop, balada, dance, rock, alternativo (haha), capella, ela resolveu apelar para sons tribais, resultando num disco mais orgânico e consequentemente, mais digerível e fácil de escutar. Antony participa como convidado especial em duas músicas.













9.



Marie Antoinette - Original Soundtrack



O filme em questão é um dos meu favoritos, considero ele uma obra-prima com cenários, cores e texturas maravilhosas. A trilha sonora não deixa a desejar; para fazer continuidade de sua metáfora, Sofia Coppola fez questão de colocar em seu filme curiosos anacronismos, como o uso de música dos anos 70 e 80 no filme sobre a rainha. Lançando mão de Vivaldi, Scarlatti e outros clássicos em harmonia com baladas atuais, a trilha sonora conseguiu ser fantástica e extremamente agradável de ser ouvida. Incluí Strokes e New Order. Recomendo.















10.

24 Caprices - Paganini





Bom, para finalizar, resolvi colocar na lista uma obra clássica que é essencial conhecer: os 24 caprichos de Paganini. Este foi um violinista genial, que criou obras difíceis para ele mesmo tocar.

As obras solo de violino em questão são arrepiantes, e recomendo para todos, independente de gostar ou não de música clássica.



Bom, então fica aqui meu registro pessoal sobre grandes álbuns que aprecio bastante. Espero que tenham tido paciência de ler, e fica aqui uma observação: não pus nenhum álbum nacional e não porque não goste de música brasileira, mas porque infelizmente, não conheço muito dela.

Obrigado pela atenção e bom fim de feriado!

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Base da Sociedade = Religião + Política

Bom!

No exato momento em que vos escrevo, encontro-me sentado à mesa do computador, numa agradável noite em Petrópolis, com a lua maravilhosa brilhando lá fora!!
Mesmo que ainda mantenha um pouco aquela idéia de que feriados podem ser incovenientes de vez em quando, vou tentar fazer desse um bem proveitoso.
Vou ler bastante (terminar de ler o livro do Kundera e ler A Arte de Amar) e estudar mais ainda, tenho prova de química na sexta e... bem, preciso praticamente gabaritá-la se quiser passar direto XD

Sério, se sou bom aluno, me estrago todo quando vêm as notas de química/física.
Atenção especial a elas, então.

Acho que minha melancolia acabo se tornando um pouco mais sem fundamento quando procuro coisas concretas e prazerosas - como ela já não faz sentido, tê-la se torna ainda mais sem motivo quando convenço a mim mesmo que não preciso dela.
E programar passatempos desse gênero me ajudam nessa missão que se fosse tão fácil, com certeza já teria completado há muito tempo.
Por mais que, contraditoriamente eu me sinta mais deprimido no campo do que na cidade (a velha dualidade dos dois, como até já postei. é estranho, não é mesmo? são nas metrópoles que encontramos as faces mais angustiadas, pessoas morando em calçadas, sonhos desiludidos, violência, promiscuidade, ou seja; a sociedade em seu estado mais sincero), acho que já está na hora de fazer um esforço e forçar a felicidade e o bem-estar mesmo onde parece haver poucas situações propícias a isso.

Tento, e vou continuar tentando.
Pra sempre.


**


As coisas são muito curiosas, de verdade.

No início das aulas de História, quando retomamos a Independência dos EUA, fomos apresentados a um modelo muito excêntrico adotado pela política do país em questão: a da Predestinação Divina. É nela que a maior potência do mundo se justifica ao intervir nas relações econômicas de países desprivilegiados financeiramente. Ou seja, é como se eles falassem que, por ordens divinas, os Estados Unidos têm o direito de interferir na política de países subdesenvolvidos, para que estes possam alcançar um caminho de sucesso. É uma espécie de favor.

Em Religião, estamos estudando o Hinduísmo. Particularmente, considero esta uma das religiões mais bonitas (junto com o budísmo), ainda que seja tão cruel quanto as outras.
A história de Carmas, Dharmas, e outras ideologias da religião não são tão.. éticas quanto a católica parece ser.
Pera lá! Longe de dizer que o catolicismo é mais ético do que o hinduísmo. Para esclarecer, deixa eu ser direto.

Os adeptos dessa religião não têm nenhum apego ao corpo físico. Para eles, é um empecilho à alma. O que significa? Que matar ou se matar não é errado. Not at all.

Ou principalmente?
É muito engraçado como o carma justifica o sistema político de castas. Nasceu pobre, morreu pobre. Rico, morreu rico. Não adianta lutar contra aquilo que lhe foi atribuído desde a nascença; é assim e pronto.

Moral da história:
Religião está inteiramente ligada à política. É uma maneira muito simples de a sociedade justificar determinadas atitudes e posicionamentos por meio de motivos divinos.

Tudo errado mesmo.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Filmes a se ver.

Bom, au faunt, com tempo de postar com calma.

O final de semana foi agradável. Sexta-feira fui ao teatro. Sábado fui prum show com minha irmã e domingo fiquei em casa, estudando e vendo filme.
Os tais filmes em questão que mencionei vou comentá-los.
Roma, Cidade Aberta foi o primeiro dos italianos todos que vi. Com certeza aqueles que gostam e entendem de cinema já ouviram falar, e não à toa; é considerado um dos dez melhores filmes de todos os tempos (talvez mais por sua documentação histórica do que por outra coisa) e ainda que seja inesquecível, não sei se merece um mérito tão grande quanto a configuração de um dos melhores jamais feitos.
A Carruagem de Ouro traz minha fascinante Anna Magnani num filme divertidíssimo de Jean Renoir, repleto de bom humor e energia boa. Recomendo.
O chocante A Comilança vem com Marcelo Mastroianni, Michel Piccoli e mais alguns. Com direção de Ferreri (um dos polêmicos italianos - sempre eles!), o filme é angustiante, ao retratar quatro amigos que resolvem se fechar numa casa de campo para comer até a morte. Com prostitutas como convidadas, os homens vão rumando cada vez mais à decadência e ao fim suicida. Ótima crítica social.
Mas em falar em críticas, não posso deixar de mencionar o último, Gaviões e Passarinhos. Inteiramente metafórico, tem em Totò o ótimo ator para representar o Pai e em Nicoletto, o filho que escuta de um corvo marxista, a história de um franciscano com a missão de evangelizar os pássaros.
E enfim, o mais bobo de todos - mas não menos ótimo - O Dólar Furado, com o marcante Giuliano Gemma num faroeste de primeira.

Maravilhosos!

**

Minhas provas começaram hoje, e semana que vem tem feriado (mas viajo pra Petrópolis nessa sexta). Tudo isso me lembra que às vezes detesto feriados, são insuportáveis e me deixam deprimido. Ok, é certo que às vezes eles caem otimamente bem, mas nem sempre =)
Gosto de aulas, fico com saudade delas.

Bom, por ora é só.
Não achei um assunto polêmico para compartilhar com vocês, por enquanto fica só o relato dos filmes mais recentes que vi, mesmo.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Postagem rápida.

Gente, a semana passou muito rápida.

Período de estudos e coisas afins, não fiz muito mais além disso.
E a Flávia me fez perceber uma coisa curiosa..
Ela, no celular, desabafando o fato de alguns amigos nossos não estarem tão empenhados assim para exercer os compromissos escolares, falou:

-Pois é, cara você tem saido muito? Eu não tenho.
-Cara, verdade..

E o que é curioso! Fiquei tão entretido estudando coisas legais, que esqueci absolutamente de sair. Até mesmo porque esse ano tenho feito mais coisas, já não há a necessidade de sair pra quarenta mil lugares. Sei lá, curioso.


Bom, postagem hiper mega rápida, já preciso sair.
Em breve vou postar sobre os filmes que peguei, todos parecem ótimos.

See ya!

terça-feira, 8 de abril de 2008

Gente hipócrita da minha escola.

É curioso como as coisas acontecem.

Volta e meia me sinto ingrato por não ter determinadas coisas, não ter grana pra sair gastando e viajando, não ter aprovação de determinadas pessoas, etc.
Aí me sinto grato por morar na Zona Sul, estudar num colégio bom (ainda que certas pessoas da própria sala digam algo contrário a isso), poder fazer curso de inglês, ter casa no campo, blábláblá.

Aí, no próprio colégio, vem uma Irmã (que desprezo, de verdade) falar umas besteiras tão grandes, tão arrogantes, tão old-fashioneds, tão demodées, tão hipócritas.
Aí percebo que certas SUJEIRAS, certas falsidades, estão onde menos imaginamos.

Primeiro que eu já acho esse troço de Campanha da Fraternidade inútil, não ajuda nada nem ninguém. Aí a cidadã vem argumentar, numa tentativa de fazer as três turmas de 2° ano ficarem caladas (já levando em conta os hormônios nas alturas dos garotos pentelhos presentes, que não paravam de fazer brincadeira - também! Escutamos Elba Ramalho duas vezes!) ela soltou um comentário péssimo.

-A gente acha que preconceito só tem na favela, que é coisa de favelado, mas tem aqui também! Em todo lugar! O preconceito da escuta!

Quem é a preconceituosa, hein?
Ninguém disse que só tem na favela, só VOCÊ.

Aí depois quis que a gente completasse a frase, completamente vaga:
"Escolhe, pois, a vida. Pois ela está aqui nessa.."

Eu: Sala.

*Cara de "que tipo de burro é você?"*

-Bom, tentem me ajudar porque aqui *aponta pro nosso lado da Sala Multimídia* o pessoal não tá conseguindo captar.

"Pois ela está aqui nessa... JUVENTUDE!"


SE MATA, IRMÃ!


Odeio hipocrisia.
E gente demodée.

sexta-feira, 4 de abril de 2008

~A beleza do mundo

Acho que minha cabeça é um turbilhão de pensamentos. Não sei como não piro.

Penso em tantas coisas, principalmente quando ouço músicas tristes e sentimentais, que aí mesmo reflito sobre bastante coisa.

O sentimento materno é um dos mais bonitos, mas.. até que ponto ele não é falho ou então protetor demais? Há um meio termo?
Björk fez uma música linda para a filha, falando que do alto dos corredores, ela enviava amor; agradecia a filha por ser capaz de enviar amor também. Pede desculpas por talvez tê-la libertado cedo demais, nova demais, rápido demais. Mas que apesar desses erros, as intenções foram puras.
É cortante, essa música.

Alanis e Antony fizeram, ambos, música para seus irmãos. Torcem para que consigam realizar todos seus desejos, que talvez consigam o que querem. A primeira fala que talvez ele nunca tenha ou segure uma criança; tenha ou seja um marido; e que irá aprender a perder tudo, somos arranjos temporários. O segundo, fala da desimportância das lembranças, os rostos que nunca veremos, os medos. Começa falando como nasceram inocentes e cheios de necessidades, como foram amigos e tempos em que ele foi tão cruel. Agradece por ela tê-lo protegido, olhado-o enquanto dormia, com medo da noite.

Strokes já fala de como as pessoas nunca vão nos entender, nossas namoradas, nossos netos; num extremo, fala que odeia todos, odeia ele mesmo por odiar todo mundo, bebe para esquecer isso, ama todos, bebe mais um pouquinho e odeia todos mais ainda do que odiava antes.

Como todos os artistas que citei são maduros, com exceção dos Strokes, creio que é por esse motivo que esses últimos tenham essa visão meio.. "adolescente rebelde". Odeio tudo e todos.
Mas quem nunca se sentiu assim?
E uma de suas músicas mais bonitas (cuja letra, inclusive, preencheu o "about me" do meu profile) fala de como duas pessoas podem ser completas sem o resto do mundo. Uma geração inteira que não tem nada a dizer.. (quer prova mais viva do que a minha geração?)

Às vezes a gente precisa de músicas assim pra lembrar que família tem sua importância, mais afetiva do que qualquer outra coisa. À medida que a gente vai amadurecendo, vai deixando de lado essa ligação sentimental que é uma das coisas mais bonitas que existe. E também lembrar que podemos ser felizes com quem está conosco, e só. O mundo tem muito de bom a oferecer, mas muito de podre, também..

Two can be complete without the rest of the world
Do it for the people who have died for your sake
An entire generation who got nothing to say.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

O eterno conflito Cidade x Campo

Acho que não combino com o campo.

Hoje à noite - aora há pouco, para dizer a verdade - estávamos eu, minha mãe e minha irmã conversando sobre isso. A útima falando que adoraria viver no meio do mato. Que adora cheiro de esterco de vaca.
Eu pensando: 'iurgh.'
Eu e minha mãe, na verdade.

Eu e ela concordamos ao dizer que tentamos. Juro que tentei.

Morar no campo, longe da civilização (mesmo), ao som dos pássaros, na privacidade de um sítio, lareira nos dias frios, piscina e rio nos dias quentes, ô, parece uma maravilha falando assim.
E é.
Mas todo dia?? Dez anos no total, como no meu caso? No way!

Não mais, pelo menos. Gosto muito de morar pertinho da praia (ainda que eu não seja um frequentador assíduo), de ter uma excelente locadora em frente ao meu prédio, o Zona Sul pertinho, a farmácia, a escola, meus amigos, enfim.

É ruim por um lado, pois limita demais esse 'meu' universo. Mas é confortável.

Acreditem, barulhinho de grilo atrapalha pra dormir.
E as saracuras são insuportáveis, minha vontade é dar um tiro nelas, caso essas pseudo-galinhas não corresem mais rápido que um não sei quê.
E sem falar nos insetos mais absurdos no seu quarto.

E o que eu acho engraçado é que alguns íntimos meu falam que ter a casa em Petrópolis é bom, porque caso eu vire um escritor, redator, ou qualquer coisa do tipo (e não que eu queira ser alguma coisa do tipo) a vantagem é que eu posso ter paz e sossego para trabalhar.
E quem disse que o mato é inspirador?!
Sou mais sentar numa pracinha e ver os tipos mais absurdos!

Mania de achar que artista vive em topo de montanha.

E o pior de tudo é que eu vou pra Petrópolis pra ir ao dentista, basicamente. Dá pra encontrar meu pai e amigos, mas o motivo é esse.
Mas sabe..
apesar das reclamações e críticas, não há nada melhor do que fugir da cidade às vezes.
Poder descansar e sentir num sítio, o consolo ideal.
É um privilégio, e sei que só vou sentir falta dos bichos estranhos na minha janela quando raramente puder estar lá pra ver.

Mas sabe o que eu acho?
Quando se está feliz, você aproveita sua vida de forma única, seja dormindo ao som de buzinas nervosas ou acordando ao som de saracuras.
Né?

terça-feira, 1 de abril de 2008

"Eu gosto do Império".

Bom, lá vou eu fazer uma postagem política.

O que se segue é uma coluna escrita pelo Diogo Mainardi (amado e odiado) publicada na penúltima edição da Veja, sobre a Guerra do Iraque, o Brasil e os EUA.

Antes que me enforquem, já vou avisando que não estou inteiramente de acordo com o que ele escreveu; concordo até um certo ponto, depois discordo. Na verdade, achei interessante a visão dele, muito polêmica, no entanto. Como não resisto a uma polêmica, faço questão de transcrever essa opinião muito particular do jornalista em questão que, ao menos, não teve medo de expor seus pensamentos.

Eu gosto do Império

-Cem anos no Iraque!
Esse era o mote de campanha eleitoral de John McCain. Ele foi ainda mais longe. Declarou que estaria disposto a manter as tropas americanas no Itaque por mil anos, por dez mil anos. Quando o eleitorado chiou, ele deu para trás, garantindo que a guerra terminaria muito antes disso. E terminaria porque ele saberia como ganhá-la.
Eu elegeria um candidato que prometesse:
-Cem anos na Rocinha!
Melhor ainda:
-Mil anos na Maré! Dez mil no Cantagalo!
A guerra no Iraque acaba de completar cinco anos. Em seu discurso no Pentágono, George W. Bush reconheceu a impopularidade so conflito, repetiu que os Estados Unidos acertaram ao derruvar Saddam Hussein e acrescentou que se trata de uma guerra que pode e tem de ser vencida. Os americanos erraram tudo nesses cinco anos. Erraram militarmente, erraram politicamente, erraram estrategicamente. O custo da guerra foi alto demais. George W. Bush tem de ser responsabilizado por isso. Mas eu topo dizer que os Estados Unidos acertaram ao derrubar o tirano genocida Saddam Hussein. E topo dizer também que a guerra no Iraque pode
e tem de ser vencida.
O fracasso no Itaque está gerando uma onda isolacionista nos Estados Unidos. Uma onda igual a outra do passado: que tentou impedir o país de entrar na II Guerra Mundial. Em vez de Charles Lindbergh, o herói do momento é Barack Obama. Isso é o pior que poderia acontecer. Eu gosto do Império. Eu gosto da idéia de Império. Creio que ele tem um papel regulador sem o qual o mundo acabaria se esfarelando. Eu sou o tupinambá colonizado que aceita voluntariamente parar de comer carne humana. Eu sou o caraíba rendido que oferece passivamente suas filhas púberes ao conquistador. Mas tem de ahver uma contrapartida: o Império deve assumir suas responsabilidades de Império. No caso do Iraque, assumir responsabilidaeds significa combater até o fim a Al Qaeda, reprimir ps bandos religiosos armados e fazer jorrar dez vezes mais petróleo. Nem que leve cem anos. Nem que leve mil anos. Nem que leve dez mil anos.
O debate político se infantilizou tremendamente nos últimos tempos. Fi mais um dos efeitos deletérios da guerra do Iraque. A retirada das tropas americanas produziria um massacre generalizado no país. Que essa hipótese atraia tanto consenso nos Estados Unidos é sinal de um abastardamento das idéias. O mundo é brutal. O mundo é perigoso. Alguém tem de policiá-lo. Alguém tem de bombardear os terroristas. Alguém tem de impor regras que sejam acatadas por todos. Alguém tem de deter os planos nucleares iranianos. Alguém tem de armar Israel. Só os Estados Unidos podem fazer isso. O trato é muito simples: nó entramos com as filhas púberes; eles entram com os tanques.
-Cem anos no Iraque!


*Obs: reparem na sutileza das 'filhas púberes', como ele fala da prostituição brasileira. Bem, vocês são inteligentes e sacaram.*